terça-feira, 5 de agosto de 2008

UNICIDADE E PERDÃO
Não existe separação entre os seres. Tudo o que nos separa uns dos outros é a suposição de que somos alguma coisa a mais do que a energia viva e criadora de Deus.Se somos todos formados pelo mesmo "elemento base", então, não há a necessidade de pensarmos em perdão, pois somos apenas amor e concórdia.No entanto, vivemos num mundo de ilusões e nos precipitamos no abismo que cavamos nas nossas relações com tudo o que atinge os nossos sentidos.De que modo, então, podemos dizer que Deus habita em nós, se nós não assentamos nossa morada nos seus princípios?É preciso que procuremos perceber a unidade que em tudo há, na unicidade que representa cada criatura sobre o solo, no ar e nas águas.Aqueles que julgamos nossos inimigos são apenas aqueles em quem lançamos as nossas dúvidas a respeito de nós mesmos. Por possuirmos dúvidas, e por ser difícil aceitá-las, porque expõem nossa fragilidade, cremos estar mais certos do que os outros, numa tentativa de construir certezas que organizem o caos que representamos.Mas não podemos esquecer que ele é só uma representação de uma mente que se apartou do todo.Perdoar aos nossos inimigos não é nenhum ato próprio da nobreza do caráter humano. É o simples reconhecimento de que estávamos enganados, que supúnhamos ser capazes de ser melhores, ou mais completos, ou mais perfeitos.Então, queridos amigos, enquanto estamos mergulhados nesse caldo de individualismo, necessitamos sair do mergulho, emergindo por meio da nossa vontade, tomar novos ares, oxigenar nossa consciência com a clara visão de que todos estamos na mesma situação.Como fazer isso? Procurando plantar momentos de calma, de reflexão, de relaxamento. Buscando no silêncio da alma a voz do outro que clama pela sua paciência e bondade. Reconhecendo no cotidiano de nossas ações, as mágoas que tecemos tentando tampar nossas próprias feridas. Abracem a si mesmos, aceitem-se verdadeiramente, e desaparecerão todos os sintomas desta não aceitação. E o outro surgirá à nossa frente como um igual, num mesmo processo de renovação. E se somos todos iguais, somos apenas um.

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