segunda-feira, 23 de junho de 2008

Ser Criança...
Mais uma data a festejar... Que mundo louco é este em que estamos vivendo! Os adultos parecem ter receio de permitir às crianças de hoje o experimentar do que é ser criança... Vejo pais que estimulam o amadurecer precoce, percebo escolas que esquecem de favorecer o brincar em nome do desempenho e me deparo com ações terroristas e desumanas que fazem uso de crianças para levantar suas bandeiras e filosofias. Crianças morrem de fome, são vítimas de guerras insanas, sofrem maus-tratos, são exploradas em diversos sentidos, não conseguem ser sentidas, olhadas e respeitadas pelos que se dizem fortes, pelos que apregoam defender ideais, e o pior, muitas vezes por aqueles mesmos que as geraram... Por que e para que tudo isso? Acredito que somente adultos que não foram respeitados e acolhidos enquanto crianças podem estar servindo de chão para tais atos. Se eu fui fruto de violência, de ódio, de ressentimentos e de abandono, como poderei ser humano com minhas crianças? E, assim, a cadeia continua e se torna assídua em seus desatinos, através de gerações. Como exaltar a infância, se os adultos de hoje se esqueceram dela ou até não a tiveram? Ser criança é começar a viver, é aprender a existir, é se sentir amada, pertencente, é poder acreditar que há futuro! Ser criança é poder ter um adulto mestre, ao lado, servindo de apoio e de guia, que ensine a ter esperança e fé, até que se sinta forte para criar asas e voar para a vida. Por isso, cheguei a uma conclusão humilde: o ser criança depende de como eu sou enquanto adulto(a). Respeitar um é respeitar o outro, não há como separar. E, agora? Acho que uma saída, talvez pequena, mas importante, seja amar e respeitar a criança que habita dentro de cada adulto, seja cada um de nós acolher a menina ou o menino que não foi devidamente amado(a) no passado, seja aprender a amar a si mesmo como gostaria de ter sido um dia por quem não o quis ou não o pôde. Nossas crianças necessitam disso, para poderem ser crianças, para não pularem etapas e não se enfraquecerem em seu processo de crescimento e conseguirem se orgulhar de si mesmas, quando adultas se tornarem.

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