terça-feira, 18 de março de 2008

Chicote e Freio (Mário Lucio do Nascimento)

“Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você. Não sejam como o cavalo ou o burro, que não têm entendimento mas precisam ser controlados com freios e rédeas, caso contrário não obedecem” (Salmo 32:8-9).A quase maioria dos cristãos, quando passam por situações dolorosas e traumáticas, em geral pensa que se trata de uma “batalha espiritual”, “seta do inimigo” e alguns chegam a dizerque é Deus “pesando a mão” e punindo. Não ficou gravado na história da nossa fé, o fato de que Deus estendeu a Sua maravilhosa e doce graça, que é tempo de arrependimento e que o castigo virá somente no fim,não enquanto estivermos aqui.Outro aspecto também esquecido é que dificilmente alguém considera que a situação difícil que vive talvez tenha sidoconseqüência de suas próprias atitudes. Mas, existe uma possibilidade não pregada pelos nossos instrutores na fé, mas que precisamos avaliar porque a Bíblia diz: “O chicote é para o cavalo, o freio, para o jumento, e a vara,para as costas do tolo” (Provérbios 26.3). Portanto, será que Deus não está usando em nós o chicote ou o freio? A nossa independência e os nossos direitos tem contribuídopara a fuga da submissão voluntária a Jesus. E quando nos esquecemos que Deus é soberano e sua vontade irresistível, certamente Ele usa em nós o “chicote” e o “freio”, como os cavaleiros fazem nas cavalgadas. Apesar de serem instrumentos que causam dor, o chicote e o freio não são instrumentos de punição, mas sim de controle e de comunicação.Embora falemos de liberdade e direito, o ser humano não faz a sua vontade própria, somos dirigidos pelo pecado que mora em nossa mente e coração ou somos dirigidos segundo a vontade do Pai. Portanto, quando teimamos em andar, correr e saltar segundo a nossa própria vontade, Deus usa o chicote e o freio. Ele não está nos punindo e nem “pesando a mão”. Só está exercendo o seu direito de reinar em nossa vida (lembrando que, como cristãos, nós fomos chamados por Deus, conduzidos aJesus e salvo pelo seu sacrifício, portanto Deus reina em nós).Devido a falta de entendimento, o chicote e o freio se tornam aúnica linguagem que o cavalo e o jumento compreendem, e estes instrumentos são figuras do controle de Deus sobre nós.Não adianta falar com o cavalo e o jumento, mandá-los virar aqui ou ali. O cavaleiro comunica sua vontade usando o chicote ou o freio.Quando nos falta entendimento, quando desprezamos o que de Deus temos ouvido, Deus emprega conosco uma linguagem que possamos compreender e obedecer: o chicote e o freio. Muitas vezes nós mesmos não deixamos alternativas a Deus.Ser cristão é acima de tudo ter entendimento de Deus e da sua vontade. É isto que nos torna distinto do tolo! Essa compreensão de Deus, do Senhor Jesus, do perdão e da nova vida é que nos torna diferente do cavalo e do jumento. Ser cristão é ser aquela pessoa que ouve o Espírito de Deus, e semelhante as folhas de uma árvore que balança com opassar do vento, nós também nos movemos com a leve, suave e doce voz do Espírito Santo. “Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor” (Efésios 5.17). Quem ouve a voz de Deus, entende Sua vontade e obedece prontamente, não precisa de chicote ou freio.Se você estiver sentindo uma dorzinha nas costas, pode ser o “chicote e o freio” do Senhor, não é punição, mas controle sobre a rebeldia e comunicação da vontade de Deus.

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